A metamorfose e a unidade difícil

O ritmo da mudança não é uniforme: muda-se mais depressa nas bases do que nas cúpulas, mais rápido na vida social do que na vida política. Homens e mulheres têm sua vida sendo alterada, mas não sabem disso. A visão do mundo conserva muitos de seus pedaços presos a imagens tradicionais, que se dissolvem lentamente. A ideia unitária precisa de tempo para frutificar. Pode perder no curto prazo, mas tem o futuro a seu dispor.

A reflexão política de Luiz Werneck Vianna

Em seu novo livro, o sociólogo nos convida a pensar sobre os efeitos que a “estatalização” teve na vida brasileira. A centralidade do Estado modelou a modernização e prolongou a subalternização das classes populares. Não foi organizada tão-somente pelas elites dominantes, mas também pelos atores que buscaram se apresentar como expressão da esquerda. A tutela do povo combinou-se ou com o autoritarismo dos tempos da ditadura, ou com políticas de clientela e assistencialismo em tempos de democracia.

Falando a sério sobre Alckmin

O presidenciável tucano permanece estacionado nas pesquisas. Ainda não entusiasmou os eleitores e não se reveste de uma fantasia cívica e democrática que empolgue. A adesão do “centrão” à sua candidatura irá ajudá-lo. Mas o estrago na parte substantiva terá de ser calculado.

Mangabeira, os emergentes e o DEM

Professor de Harvard acha que partidos de esquerda devem se juntar a Ciro para promover uma “obra de transformação institucional no País”. Seu principal interesse é justificar a aproximação entre Ciro e os Democratas. Para tanto, nada melhor do que apresentar o DEM como progressista.

Fermento mobilizador

A ideia da unidade democrática é um valor. Foi com ela que, anos atrás, derrotamos o regime ditatorial e escrevemos a Constituição. Hoje, não há mais ditadura, o país mudou, novas correntes políticas apareceram, o mundo se globalizou, os desafios aumentaram demais. Se os democratas não se articularem, tudo ficará mais difícil.