Luiz Werneck Vianna (1938-2024)
Homenageá-lo hoje é manter viva a memória de um combativo, erudito, generoso e indignado intelectual, que olhou um país desigual, injusto e violento como o Brasil com lucidez e esperança
Homenageá-lo hoje é manter viva a memória de um combativo, erudito, generoso e indignado intelectual, que olhou um país desigual, injusto e violento como o Brasil com lucidez e esperança
As correntes democráticas progressistas não interpretam as circunstâncias concretas em que se vive e, com isso, deixam de oferecer aos diferentes grupos sociais parâmetros de atuação, aí incluídas uma cultura com que compreender o mundo e uma visão renovada da própria democracia.
Numa condição histórica marcada pela inovação tecnológica e por abalos que sacodem a organização social, é espantoso que nossos políticos ainda atuem com os olhos para trás, incapazes de alcançar consensos e formular uma ideia de Nação.
Governantes podem ir à guerra para obter apoio interno ou recuperar o apoio perdido. Podem se cercar de fanáticos fundamentalistas, tão malignos quanto os piores terroristas e, assim, incorporarem a ideia de “se querem a paz, façam a guerra”.
Quando o equilíbrio falta, o conflito se converte em polarização paralisante, crises se sucedem sem solução, criando condições para a emergência de lideranças autoritárias, salvadores da pátria, tida como ameaçada.
A democracia digital não soterra a democracia nem tem como curar suas imperfeições. É um vetor de reorganização, que não dispensa a presença dos democratas.
No atual quadro político, há muita “guerra cultural” e muita ênfase nas diferenças, mas falta uma ideia compartilhada de país.
No atual cenário internacional, um país como o Brasil precisa se movimentar com largueza de visão e flexibilidade. Sua política externa está obrigada a dialogar com todos, sem inflexões atabalhoadas ou preferências ideológicas.