A marcha da insensatez
A cada manobra golpista, a cada provocação, a cada ação estapafúrdia e criminosa do governo, mais cresce o conflito e aumenta o número de cidadãos indignados e sensatos
A cada manobra golpista, a cada provocação, a cada ação estapafúrdia e criminosa do governo, mais cresce o conflito e aumenta o número de cidadãos indignados e sensatos
Como fazer manifestações presenciais – nas ruas – em plena pandemia? O vírus está vivo, em propagação ascendente, e todo contato é fonte de perigo. Manifestações aglomeram, mesmo quando feitas com organização. Mas como pregar que as pessoas não se manifestem? É provável que muitas estejam cientes do contágio a que estarão expostas. Mesmo assim … Ler mais
O ritmo da mudança não é uniforme: muda-se mais depressa nas bases do que nas cúpulas, mais rápido na vida social do que na vida política. Homens e mulheres têm sua vida sendo alterada, mas não sabem disso. A visão do mundo conserva muitos de seus pedaços presos a imagens tradicionais, que se dissolvem lentamente. A ideia unitária precisa de tempo para frutificar. Pode perder no curto prazo, mas tem o futuro a seu dispor.
A ideia da unidade democrática é um valor. Foi com ela que, anos atrás, derrotamos o regime ditatorial e escrevemos a Constituição. Hoje, não há mais ditadura, o país mudou, novas correntes políticas apareceram, o mundo se globalizou, os desafios aumentaram demais. Se os democratas não se articularem, tudo ficará mais difícil.
Unam-se os democratas, porque se não o fizerem a desesperança cívica corroerá os laços já débeis que ligam a sociedade à política. Os cidadãos fugirão da democracia representativa. Os autoritários avançarão, as soluções mágicas saltarão como perdigotos de ouro da boca dos salvadores de plantão, que não se pejam de chorar lágrimas de crocodilo em público e de posar de vítimas impolutas. Façam com que importe menos o que os divide e deixem tremular mais alto a bandeira da democracia, que generosamente os abrigará a todos.