Rito místico
Estratégia lulista traz desconforto a lideranças jovens e talentosas como Manuela e Haddad, que se rebaixaram aos desígnios partidários e a orientações que engessam a esquerda de um modo que se imaginava superado
Estratégia lulista traz desconforto a lideranças jovens e talentosas como Manuela e Haddad, que se rebaixaram aos desígnios partidários e a orientações que engessam a esquerda de um modo que se imaginava superado
Bolsonaro ressignifica a grosseria, a ignorância e o despreparo. É um fenômeno amplo, de caráter simbólico e cultural. Mostra o estado de deterioração política, dissolução ética e miséria educacional a que chegamos.
O ritmo da mudança não é uniforme: muda-se mais depressa nas bases do que nas cúpulas, mais rápido na vida social do que na vida política. Homens e mulheres têm sua vida sendo alterada, mas não sabem disso. A visão do mundo conserva muitos de seus pedaços presos a imagens tradicionais, que se dissolvem lentamente. A ideia unitária precisa de tempo para frutificar. Pode perder no curto prazo, mas tem o futuro a seu dispor.
Em seu novo livro, o sociólogo nos convida a pensar sobre os efeitos que a “estatalização” teve na vida brasileira. A centralidade do Estado modelou a modernização e prolongou a subalternização das classes populares. Não foi organizada tão-somente pelas elites dominantes, mas também pelos atores que buscaram se apresentar como expressão da esquerda. A tutela do povo combinou-se ou com o autoritarismo dos tempos da ditadura, ou com políticas de clientela e assistencialismo em tempos de democracia.
O presidenciável tucano permanece estacionado nas pesquisas. Ainda não entusiasmou os eleitores e não se reveste de uma fantasia cívica e democrática que empolgue. A adesão do “centrão” à sua candidatura irá ajudá-lo. Mas o estrago na parte substantiva terá de ser calculado.
Seria milagre se o futebol brasileiro não refletisse o desarranjo que há tempo se propaga no país. A reconstrução do futebol faz parte, em boa medida, da reconstrução nacional. Não será fácil revolucionar o futebol que se joga no Brasil.
Professor de Harvard acha que partidos de esquerda devem se juntar a Ciro para promover uma “obra de transformação institucional no País”. Seu principal interesse é justificar a aproximação entre Ciro e os Democratas. Para tanto, nada melhor do que apresentar o DEM como progressista.
A ideia da unidade democrática é um valor. Foi com ela que, anos atrás, derrotamos o regime ditatorial e escrevemos a Constituição. Hoje, não há mais ditadura, o país mudou, novas correntes políticas apareceram, o mundo se globalizou, os desafios aumentaram demais. Se os democratas não se articularem, tudo ficará mais difícil.