É certamente motivo de entusiasmo saber que a Revista Será? está a celebrar mais um ano de existência. “Treze anos acompanhando o fluxo da história — e olhando adiante”, como dizem seus fundadores e editores: João Rego e Sérgio C Buarque.
A revista nasceu em Recife, PE, e lá continua a fazer morada. Circula por via digital, sempre às sextas-feiras. Religiosamente. Expressa a existência e a atuação de um “coletivo que acredita que o debate profundo, mesmo quando incômodo, é fundamental para a construção de trilhas civilizatórias em meio a tanta desinformação”.
Será? continua ativíssima, produzindo semanalmente textos com rigor e pluralidade. Sua principal preocupação é ampliar o alcance, dialogar com novos públicos, fomentar parcerias. Pretende permanecer vigilante às contradições do presente, mas sempre com o olhar projetado para alternativas e resistência intelectual. Não é por outra razão que a revista tem como subtítulo “Por um diálogo crítico, independente e transformador”.
No texto que fizeram circular para registrar a comemoração dos treze anos, os editores lembram que a revista acompanhou as intensas transformações do mundo e do Brasil — políticas, culturais, tecnológicas. “Testemunhamos o fortalecimento de vozes emergentes, a crise ambiental, a crise migratória, a ameaçadora onda antidemocrática da extrema direita e a urgência de repertórios críticos diante da crise global”. E acrescentam: “Hoje, apesar de conflitos como a invasão da Ucrânia pela Rússia e do genocídio do governo de Benjamin Netanyahu em Gaza, reafirmamos nossa esperança na humanidade – pois sem ela, a história cessa”.
A história da Revista Será? é uma demonstração de que bons projetos editoriais e trabalho perseverante de edição são fundamentais para a formação política e cultural das sociedades. Os brasileiros estão a ganhar um veículo importante, que consolidou um espaço plural de opinião, para onde convergem reflexões sobre economia, política, cultura, literatura, filosofia, psicanálise e temas contemporâneos, sempre tratados com cuidado e profundidade.
A interrogação posta como parte do título faz todo sentido, na medida em que a revista privilegia a “dúvida como método: questionar o senso comum, evitar certezas absolutas e favorecer a postura investigativa como condição ética e intelectual”. A inquietude do pensamento crítico é o que a move.
Tenho a satisfação e o orgulho de colaborar com a Revista Será?, sempre aberta e receptiva às minhas elocubrações. Incentivo os amigos a fazerem o mesmo, porque ela é um estuário em que desaguam boas ideias e intenções éticas superiores. É uma iniciativa meritória e um espaço consolidado de reflexão.
Como se não bastasse, a revista é linda. Editorialmente sofisticada. Vejam aqui: https://revistasera.info/