Não estão claros os motivos que levaram Ronaldinho Gaúcho a aceitar um passaporte falso e adulterado para entrar no Paraguai. Justo ele, uma estrela de primeira grandeza?
Coisa boa não pode ser. No mínimo, ficou feio.
O MP paraguaio aliviou, pegou leve com o craque. Diz que Ronaldinho agiu em boa fé e admitiu a prática do crime. Parece contraditório. Se sabia que o documento era falso, por que o utilizou? E por quais razões uma pessoa com livre trânsito e enorme visibilidade cometeria uma insensatez dessa? A juíza encarregada do caso, pensando nisso, decretou a prisão preventiva de Ronaldinho do irmão, que no Paraguai pode se estender por um período de seis meses. A suspeita se ampliou, passou a envolver lavagem de dinheiro e negócios escusos. Os dois irmãos, ao que consta, estavam querendo obter a cidadania paraguaia, algo que pouco sentido faria se não fosse para sujar as mãos.
Ronaldinho tem extensa folha corrida de trambiques, polêmicas, brigas, rolos, sonegação e ilícitos. Nunca foi santo, nem mesmo quando jogava. Sempre demonstrou não levar nada muito a sério. A aposentadoria piorou as coisas. Retirou-lhe o brilho que exibia nos campos de futebol. Ele hoje é “Embaixador do Turismo” nomeado pelo governo brasileiro. Vive em movimento, circula por todos os cantos e em eventos mil. Virou um globetrotter. Em Assunção, participaria de um programa da Fundação Fraternidade Angelical e lançaria a autobiografia “Gênio da Vida”.
A verdade é que a vida está dando um baile no craque — um olé, sem tirar nem por. Sua biografia conspira contra ele. Ronaldinho parece não estar nem aí, continua carregando aquele sorrisão simpático num corpo de moleque. Posou relaxado para um fotógrafo que conseguiu entrar na prisão.
Está pisando na bola. Triste.