É difícil não se horrorizar ao ver as fotos de Jair Bolsonaro participando de um ato contra o Congresso, abraçando pessoas e apertando as mãos de seguidores. A justificativa foi lamentável: ele foi às ruas porque “está com o povo”. É uma insensibilidade brutal, escandalosa. Uma desfaçatez inadmissível, indefensável. Típica de alguém surtado.
É estarrecedor constatar que existem pessoas que tratam a atual situação de calamidade pública como se fosse uma “armação da mídia”, pessoas cegas em seu fanatismo, indiferentes a milhões de brasileiros. Posam de verde e amarelo e se dizem patriotas, mas são traidores da Pátria, se quisermos falar assim.
Um presidente que infringe regras e orientações estabelecidas por seu próprio governo é uma aberração. Ele debocha daquilo que as autoridades sanitárias desejam que seja norma de conduta para todos. Põe em risco a saúde da população e mostra não estar à altura da crise em que nos encontramos, que é epidemiológica e mundial, mas é também política, moral, econômica. O País está parado, à espera de alguém que o lidere e governe.
Bolsonaro é uma versão do vírus do fanatismo populista e retrógrado, essa monstruosidade que se espalhou pelo mundo como uma pandemia. É uma ameaça à sociedade, à democracia, à dignidade humana.
Até quando o País suportará? Onde estão as forças, as instituições e as pessoas dispostas a frear a insanidade presidencial? O presidente hoje conspira abertamente contra seu próprio governo. Seus ministros e assessores parecem achar graça em suas peripécias, pensam que não atrapalharão demais, acham que ‘o cara é assim mesmo, é o jeito dele’. E a trupe de seguidores segue atrás, batendo bumbo e tirando fotos, contra tudo e contra todos.
Aqueles que compõem o governo atual e lhe dão sustentação ou são covardes irresponsáveis, que temem fazer alguma coisa, ou estão mancomunados com a mesma fúria de destruição que o presidente exibe, de modo cada vez mais escancarado.
Os democratas precisam agir, sair da passividade, olhar no olho da crise e assumir a responsabilidade de pensar uma saída. Não podem passar panos quentes, tergiversar em função de cálculos eleitorais ou partidários. É um momento agônico, que requer grandeza de espírito, coragem e generosidade.
Texto excelente. A doença mental dessa pessoa foi lentamente gestada em 28 anos de vícios no baixo clero. Quando ganhou poder, eclodiu com toda força de um longo recalque. É absolutamente incompatível com o cargo. Precisa ser destituído.
É por aí mesmo, Francisco. Estamos em sintonia. Abraço
Parabéns prof! Sempre lúcido em suas análises, diante de tanta estupidez.
Obrigado, Daniela. Feliz com isso. Abraço
Excelente.
Compartilhei
Obrigado, Zulmira. Abraço