
Uma montanha a escalar
O novo governo nasceu minoritário nas instituições, com estreita maioria eleitoral e pouca folga para compor uma forte base de apoio. Precisa matar um leão a cada dia.
O novo governo nasceu minoritário nas instituições, com estreita maioria eleitoral e pouca folga para compor uma forte base de apoio. Precisa matar um leão a cada dia.
O governo precisa se empenhar na formação de uma base democrática de sustentação na sociedade e no Congresso. Que não será, por óbvio, a que se formou para eleger Arthur Lira, que só o apoiará se for cevada com muitos favores.
A terra ainda treme. Além da tensão inerente ao pós-golpe, há as sequelas do período Bolsonaro e a necessidade premente de que o governo mostre a que veio.
Eleito por diversos partidos, Lula diz que o seu “não será um governo do PT”. Mas a “Frente Ampla” está suspensa no ar, instabilizada por setores petistas e pelas alas fisiológicas do Congresso.
A melhor chance de sucesso do governo Lula está no fortalecimento da coalização democrática que o apoiou nas urnas do segundo turno
Tanto quanto nas articulações de cúpula, o novo governo precisará se dedicar a convencer a sociedade de que é preciso virar a página e reerguer o País
A decantada união nacional dependerá muito do que vier a fazer o novo governo. Mas não nascerá somente dele. As forças democráticas, seja onde quer que estejam, precisarão dar sua contribuição.
Votar em Lula é, no mínimo, uma medida cautelar, uma manifestação de cuidado e preocupação com o Brasil. É uma aposta na democracia e na civilidade