
Realismo incremental
Para Paulo Fábio Dantas Neto, os problemas políticos que temos “estão em softwares, não no hardware”. O importante é não perdermos as âncoras.
Para Paulo Fábio Dantas Neto, os problemas políticos que temos “estão em softwares, não no hardware”. O importante é não perdermos as âncoras.
Se bem calibrada, uma reforma da Previdência pode ser um fator de redução da desigualdade, dos privilégios e da injustiça social em que vivemos.
O PSDB encontra-se em uma encruzilhada dilemática. De um lado, a reiteração da tradição socialdemocrática. De outro, a sua refundação.
Um “centro” sem a esquerda democrática terá reduzida potência reformadora e tenderá a ser hegemonizado pelo conservadorismo. Um centro democrático inteligentemente inclinado para a esquerda, por sua vez, poderá organizar uma agenda com sensibilidade social e disputar as multidões.
Luciano Huck pode ser alguém com disposição para ajudar na construção de uma ponte democrática, trazendo consigo os novos movimentos cívicos. Mas não viabilizará sozinho a articulação democrática de que o país necessita.
Com mais polarizações, aumenta a tentação de enquadrar tudo em esquemas binários. A luta ideológica radicalizada deixa de lado o diagnóstico em benefício da agressividade verbal, do ardor retórico, do exagero performático. Para que tenha efeito, tudo é simplificado ao extremo, vira coisa plana, rasteira.
Candidatos inventados são como ilusões óticas. Mostram coisas que não vemos, que não existem ou estão distorcidas. Criam mil sensações, impostas pela “astúcia” das imagens, e em algum ponto da curva se desfazem.
Não há um partido, ou uma coligação, que lidere e coordene, ainda que os maiores pretendam estar na direção. Em consequência, Temer apanha de todo lado, se recolhe, se finge de morto, mas segue no posto. Dentro dele, porém, reina o inferno.