
Entrevista | Intelectuais e comunistas no Brasil da redemocratização
Entrevista explora as características em que se deu minha inserção política e intelectual, que retrata muito da geração a que pertenço,
Entrevista explora as características em que se deu minha inserção política e intelectual, que retrata muito da geração a que pertenço,
Ele estava além da charge e do cartum. Dominava como poucos o desenho. Era fera no bico-de-pena. Culto e bem informado, fez coisas lindas. Um artista pleno.
Deputado federal por várias legislaturas, o ex-governador de São Paulo foi um democrata unitário e generoso
Sua gestão fez com que a UNESP deixasse de ser uma reunião de faculdades isoladas. Redefiniu procedimentos e incentivou a iniciativa acadêmica
Nas visitas que fez à redação do semanário comunista ‘Voz da Unidade’, o grande jornalista demonstrava que jornalismo se faz sem obediência a muros ideológicos, à base de muita conversa, disponibilidade e abertura de espírito.
Oliveiros não foi autor de “achados” ou um prisioneiro de modas e consensos fáceis. Muito ao contrário. Sua vigorosa interpretação do Brasil apoiou-se na reiteração coerente de algumas cláusulas pétreas: o Estado, a necessidade da ordem, o poder como posse de almas e recursos materiais, a dimensão psicossocial dos fatos políticos, o valor da ação organizada, o projeto nacional, a relevância da geopolítica e da sociologia.
Nos anos de militância, me pus em contato com a história viva do País, que iria se mostrar por inteiro, com suas virtudes e deficiências. Conheci a velha guarda comunista, os militantes incógnitos, os sindicalistas combativos e os pelegos, os intelectuais antigos e os novos, os grandes “mitos” como Prestes, Armênio Guedes e Giocondo Dias. Falei para plateias que jamais imaginei estarem ao meu alcance. Corri o Brasil. Ganhei outro sentido para a vida e para o trabalho.
Do relacionamento que tive com Werneck Sodré guardo não só uma memória afetiva e mais prosaica (os discretos tragos de Vermouth que tomávamos em sua casa quando eu ia visitá-lo) como, e sobretudo, uma densa imagem política e intelectual.