Flertando com o inimigo
Quando partidos como o PT e o PSB se omitem na eleição da Câmara, deixam claro que há algo de podre no reino das esquerdas
Quando partidos como o PT e o PSB se omitem na eleição da Câmara, deixam claro que há algo de podre no reino das esquerdas
Em entrevistas, Rodrigo Maia e Tasso Jereissati defendem o valor da política, fazem diagnóstico dramático da situação nacional e cobram a apresentação de uma agenda de reformas pelo Executivo
O governismo do Senado é constrangedor. A “Câmara alta” arrasta-se na indigência política e moral, destoando da Câmara
A crise não se deve ao governo em sentido estrito, ao Poder Executivo. Michel Temer, seu ministério e suas práticas merecem toda a crítica que lhes tem sido feita. Mas não são a parte principal. A crise envolve tudo o que respira na política nacional: parlamentares, juízes, procuradores, partidos, sindicatos, intelectuais, ativistas.
Temer não ficará sangrando em céu aberto, ainda que parte de suas vísceras estejam expostas. Pesará nada em sua sucessão, com poder zero para influenciá-la. Há uma interrogação flutuando sobre ele: como chegará até o fim?
O governo Temer é fraco, não entusiasma nem inspira confiança. As pessoas percebem isso e estão ao menos por ora imunizadas contra o discurso oficial. A corrupção que o atravessa aprofunda a fraqueza e deixa um flanco aberto para que o governo seja desprezado.