Anticomunismo de conveniência
O anticomunismo tem funcionado, entre nós, como combustível para diferentes modalidades de autoritarismo: um expediente tosco, cômodo e conveniente para contestar o sistema democrático
O anticomunismo tem funcionado, entre nós, como combustível para diferentes modalidades de autoritarismo: um expediente tosco, cômodo e conveniente para contestar o sistema democrático
O Brasil não é para amadores. O governo Bolsonaro mostra que não tem um plano de ação. Não conhece o País e não sabe como governá-lo. Suas prioridades são ideológicas. Falta ao presidente vontade de governar para todos, de ir além de seus fanáticos seguidores.
A renovação que veio com a onda conservadora foi uma dança das cadeiras: a elite política trocou de pele e circulou. Ela não pode, porém, ser desprezada, para o bem e para o mal.
A pregação bolsonariana valeu-se da efervescência de certas vertentes que agitaram os rios subterrâneos da sociedade. Soube perceber o efeito político-eleitoral delas e as manipulou com eficácia.
O modo como avançou a disputa indica que o próximo ciclo não será produtivo. As campanhas deseducam a população, fazendo com que os eleitores sejam induzidos a acreditar que do céu cairá uma chuva de fartura ou o fim da bandidagem e da corrupção.
Ele não é “o” liberalismo, mas uma versão conservadora do liberalismo. Quer mais mercado e pouco Estado, Posicionado no terreno da democracia, expressa a direita civilizada, aberta ao diálogo e ao debate de ideias.
Ocupá-lo é uma necessidade. Sem ele nenhum sistema político ganha fluidez. No Brasil, o desafio passa pela reconstrução de algo que, em boa medida, foi a força propulsora da redemocratização. Como a vida mudou e a política entrou em parafuso, reconstruir o centro tornou-se ao mesmo tempo problema e estratégia.
Manifesto de empresário que defende discurso liberal na economia e conservadorismo nos costumes confunde a opinião pública e trava a evolução do liberalismo político.