Polarizações enrijecidas
A sensação que se tem é de que não há avanços, porque a energia se desperdiça na negação que um polo faz do outro
A sensação que se tem é de que não há avanços, porque a energia se desperdiça na negação que um polo faz do outro
Valorizar nuances e distinções será essencial para que se possa avançar democraticamente
Com o recuo eleitoral do bolsonarismo, parece ter crescido, à direita, a convicção de que o presidente não pode mais desfraldar a bandeira-guia de um movimento
Os ataques a Gramsci e ao “marxismo cultural” apoiam-se na superficialidade e na estigmatização. Não desejam fomentar qualquer debate. Levam ao empobrecimento da democracia e do diálogo público. Capturado pela insanidade por ele mesmo criada, o governo Bolsonaro entrega-se ao frenesi ideológico
Os democratas precisam compreender onde erraram e refazer o caminho, valorizando o que foi conquistado de 1988 para cá. Devem ajustar o foco e voltar a agir. Pensar bem, ver o que é possível fazer, com serenidade e sem precipitação.
A direita extrema e a radicalização da esquerda encurralaram a esquerda moderada – social-democrática, reformista, socialista, liberal-socialista –, impedindo-a de marcar posição. O desentendimento e a intolerância aumentaram
O modo como avançou a disputa indica que o próximo ciclo não será produtivo. As campanhas deseducam a população, fazendo com que os eleitores sejam induzidos a acreditar que do céu cairá uma chuva de fartura ou o fim da bandidagem e da corrupção.
É um bom momento para que se tente dar destaque ao que une os cidadãos que se põem no território da democracia política, hoje ocupado por liberais, conservadores, socialistas e comunistas.