Polarizações enrijecidas
A sensação que se tem é de que não há avanços, porque a energia se desperdiça na negação que um polo faz do outro
A sensação que se tem é de que não há avanços, porque a energia se desperdiça na negação que um polo faz do outro
A cidade está politicamente estraçalhada, com problemas graves de gestão e sem um Plano Diretor abraçado pela população.
Além de não terem uma “narrativa” para chegar aos eleitores, os que desejam superar a polarização Lula vs Bolsonaro se dividem com facilidade
Polarização entre lulismo e bolsonarismo está dada, mas não interessa à democracia. Só beneficia o atraso político e cultural.
São distintos, mas seguem os passos um do outro. Obedecem a um roteiro do qual não podem escapar
O Brasil não terá como ser governado sem uma pacificação geral dos espíritos. O futuro será comprometido se perdermos a perspectiva da comunidade política democrática e continuarmos a alimentar divisões perfunctórias, a competição pelas migalhas do poder, a retórica de “guerra”.
A política não está conseguindo coordenar a si própria e articular o social. A crítica democrática foi substituída pelo ressentimento, pela indignação moral, pela intransigência, pela intolerância. A incapacidade reflexiva faz com que os partidos não consigam processar intelectual e politicamente o mundo em transformação e se deixem encantar pelos enigmas que não conseguem decifrar.
A linguagem do ódio atiçou o conflito social, fazendo com que ele derivasse para a baixaria cívica e a ignorância política. Formou uma cultura para si. Educou militantes e cidadãos, encontrou teóricos para justificá-la e impulsioná-la, misturou-se com as narrativas da “luta de classes” a ponto de esvaziar de sentido esse conceito.