O “golpe” como disciplina universitária

O debate de temas políticos é corriqueiro e saudável nas universidades. Há que se estudar o processo que levou ao afastamento de Dilma Rousseff. O perrengue só surgiu porque associou-se ao impeachment a palavra “golpe”, o que sugeriu um alinhamento automático às diretrizes das oposições petistas e lulistas. E porque um ministro invadiu seara que não lhe cabe. Alimentou-se, assim, uma fogueira que, a essa altura, já deveria estar apagada.

O centro, esse escorregadio objeto de desejo

Ocupá-lo é uma necessidade. Sem ele nenhum sistema político ganha fluidez. No Brasil, o desafio passa pela reconstrução de algo que, em boa medida, foi a força propulsora da redemocratização. Como a vida mudou e a política entrou em parafuso, reconstruir o centro tornou-se ao mesmo tempo problema e estratégia.

A intervenção no Rio, a segurança, a política

Havia no Rio um governo semimorto, comido pela corrupção, pela falta de credibilidade e pela inoperância. Esse governo agora morreu de vez. Com ele, é de se esperar que se dissolva todo um sistema que abocanhou o Estado e o converteu em reserva de caça. Se o modelo a ser inventado pela intervenção federal conseguir cercar a criminalidade que se alimenta da corrupção política, um passo será dado.

Novidades sem raiz, e alguns senões

Se Huck quer mesmo se colocar a serviço de uma causa, poderia começar do começo, amassando barro e sujando as mãos. Não precisaria fazer uma “carreira”, ser vereador, deputado, senador. Bastaria que mergulhasse na política, dominasse suas idiossincrasias, conhecesse seus atalhos e seu modus operandi.

Será mesmo? Além dos consensos fáceis

O antídoto contra a dispersão e o voto nulo não é a candidatura de Lula, mas a capacidade de articulação dos políticos. Não é razoável dizer que milhões de brasileiros e brasileiras preferirão ficar em casa mastigando a decepção de não poder votar em Lula em vez de comparecerem às urnas.

Judicialização e política

A política é “judicializada” tanto porque os juízes se politizaram quanto porque os políticos já não conseguem produzir zonas mínimas de consenso e veem no Judiciário um ótimo local para transferir essa responsabilidade, com a vantagem de que os tribunais podem ajudar a que se protelem decisões e se criem embaraços para eventuais adversários.

Marco Aurélio Nogueira
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