A esquerda que não merecemos ter

A convicção cega embota as mentes, a superficialidade do diagnóstico agita, mas não consegue esclarecer nem ativar um verdadeiro programa de luta e transformação. Vai-se por inércia, repetindo chavões e slogans fáceis, que se derramam como água, a um ponto em que tudo se converte em senso comum.

A polarização está na política

A linguagem do ódio atiçou o conflito social, fazendo com que ele derivasse para a baixaria cívica e a ignorância política. Formou uma cultura para si. Educou militantes e cidadãos, encontrou teóricos para justificá-la e impulsioná-la, misturou-se com as narrativas da “luta de classes” a ponto de esvaziar de sentido esse conceito.

Anitta e os corpos que fazem política

O jogo de imagens insinua, mas pouco esclarece. Não convida a que se mudem comportamentos, antes incentiva a que se disseminem os que estão dados ou em constituição. Não é pedagógico. Mas questiona, provoca, sugere. Nele, os corpos femininos proclamam independência e transgridem. É um Brasil que está sendo narrado, pedindo passagem.