Descubra esse livro inteiramente dedicado a examinar os temas e problemas atuais, da ascensão da extrema direita ao populismo, da vida digital ao identitarismo

Numa dinâmica e instigante conversa, publicada no canal de Risério no Youtube, o antropólogo e o sociólogo discutem as principais questões da agenda política e cultural contemporânea.

Textos e análises

Marco Aurélio Nogueira Cientista Político

Os 80 anos da morte de Gramsci

No dia 27 de abril de 1937, morreu Antonio Gramsci. O filósofo comunista era então um “homem livre”, já que sua pena de detenção havia terminado em 20 de abril, poucos dias antes de ser derrubado por uma hemorragia cerebral que paralisou a metade esquerda de seu corpo e não pôde ser estancada.

Oitenta anos depois, Gramsci está mais vivo do que nunca.

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Depois das delações, o tempo

Pode-se dizer que delação não é prova ou que faz parte do mesmo “golpe” que afastou Dilma da Presidência. Pode-se dizer que os Odebrecht deitaram e rolaram como verdadeiros donos do Brasil e agora estão querendo livrar a cara, descarregando tudo nas costas dos políticos.

Pode-se dizer o que for, mas não há como fazer de conta que nada ocorre de extraordinário, que as delações derivam de pressões indevidas ou que o Brasil se converteu numa “Nação de delatores”.

Com a divulgação das delações dos executivos da Odebrecht, o espanto se combinou com o mal-estar, tamanho foi o buraco que se abriu. Dinheiro sendo distribuído a rodo, a partir de extorsões feitas por pessoas empoleiradas no topo do poder e impulsionadas pela volúpia de empresas que escolheram correr o risco de dilapidar seu patrimônio ético e material.

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Desafios da reconstrução democrática da política

Três perigos rondam a reconstrução da República democrática no Brasil.

Um é o “acordão” que tanta gente saúda e alguns tentam viabilizar: um freio de arrumação, pelas costas da população, de modo a parar o carro da Lava Jato e a permitir que os grandes partidos (PT, PDMD e PSDB) consigam respirar. Seria como dizer que tudo não passou de um pesadelo, que a rotina continua na manhã seguinte, malemolente como sempre. De quebra, para não dar o braço a torcer, adotam-se algumas medidas cosméticas (cláusula de barreira e fim das coligações proporcionais, por exemplo), mas suspendem-se os constrangimentos sobre os políticos. Tudo, a rigor, fica mais ou menos como está. Passa-se um pano na trambicagem generalizada, perfuma-se o ambiente e toca-se em frente.Vida que segue.

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Quando a política sangra a céu aberto

O fundamental e os nomes já eram conhecidos, circulavam há tempo. Mesmo assim a “lista de Fachin” causou enorme rebuliço e praticamente paralisou o País. Provou não só que os nervos estão à flor da pele, como que o universo político — todo ele, de cima a baixo, da esquerda à direita — ingressou em deterioração acelerada. “Septicemia republicana”, escreveu Vera Magalhães em sua coluna no Estadão de hoje. Imagem forte, mas fiel aos fatos.

O “estrago” passou agora a ser oficial. Inquéritos foram abertos contra oito ministros de Temer, 24 senadores, 40 deputados, três governadores. São 20 nomes do PT, 17 de PMDB, 13 do PSDB. Oposição e situação igualmente contempladas. Um alvoroço compreensível.

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Maior risco da reforma política é não ser acompanhada pela sociedade

A questão da reforma perambula na vida política brasileira há décadas. Não pode ser engavetada nem “resolvida” de uma penada. É estratégica, porque o modelo vigente chegou ao esgotamento e precisa ser revisto. Não temos, porém, consensos a respeito e o debate público nem sequer se organizou.

Pode-se levantar a suspeita que for, polemizar dizendo que a iniciativa ajuda a proteger deputados ameaçados pelas colaborações premiadas e tem como objetivo oculto facilitar uma fuga do Legislativo das garras da Justiça, mas não se pode negar que a proposta de reforma política apresentada pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP) é corajosa e põe o dedo em muitas chagas do sistema político brasileiro.

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A guerra suja das “narrativas”

Boa parte dos conflitos sociais e das lutas de classes assume hoje a forma de “guerras discursivas” e disputas de narrativas. Dizer isso é reiterar uma espécie de cláusula pétrea dos estudos sociais, nos quais a linguagem ganhou posto de honra. A “pós-modernidade” impulsionou a tendência, ao decretar o fim das grandes narrativas e da verdade.

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Para alimentar o debate democrático

O suposto básico é que não se deve perder de vista a realidade, os fatos duros da vida, os processos objetivos, mas se deve sempre buscar interagir com eles de modo crítico, ou seja, aceitando-os como fatores e procurando modulá-los como base em alguma utopia razoável. Sem isso, o debate democrático escorrega e não se completa.

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As duas almas do governo Temer

De mau-passo em mau-passo, o governo Temer parece ter optado por jogar ao mar talvez o mais importante recurso de que dispõe para chegar ao porto seguro de 2018. Ao longo de alguns poucos dias, fez opções arriscadas demais e, também por isso, equivocadas.

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A cidade inimiga

São Paulo é uma das maiores metrópoles do mundo, mas não conseguiu se tornar mais amigável para seus moradores. É uma terra de encontros e desencontros, sonhos e fantasias, onde o plural se impõe, as culturas se interpenetram e as experiências se multiplicam. Lócus de chegadas e partidas, de vidas que se cruzam e se prolongam no tempo, gerações após gerações, misturadas com existências fugazes, impermanências e deslocamentos incessantes. São Paulo é amada e odiada, vivida como objeto de desejo e temor, um circuito de anonimatos repleto de sucessos surpreendentes e celebridades instantâneas, que vão e vêm.

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A cidade em busca de regulação democrática

O aniversário da cidade de São Paulo coincide, em 2017, com o início de uma nova gestão na Prefeitura. João Dória passará a mostrar aos paulistanos como pretende honrar os votos que recebeu maciçamente em outubro do ano passado.

É uma boa hora, portanto, para que se ponham as cartas na mesa. Tanto as do novo gestor como as dos cidadãos. A quantidade de problemas que a cidade enfrenta é tão grande que só se poderá chegar a uma equação razoável se Estado e sociedade civil cooperarem entre si, sem prejuízo de diferenças de opinião, responsabilidades institucionais e choques de interesses.

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Baixo nível e desqualificação do debate público

ENTREVISTA. As redes sociais são câmaras de eco que incrementam tudo o que se fala. O barulho de um alfinete se compara a um trovão. O baixo nível do debate também reflete a desqualificação dos partidos. Os partidos perderam a capacidade de orientar seus militantes. Não há orientação clara a respeito do que deve ser feito, especialmente quando se tenta pensar a política como um exercício que não é dedicado a destruir o adversário. Mas a política também tem uma face nobre. Os partidos deveriam ser canais de agregação de lideranças e intelectuais que pudessem funcionar como educadores cívicos. Mas não atuam assim.

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A descoberta da universidade

Sou parte de uma geração que cresceu com uma noção longa do tempo. Formei-me em 1972 e comecei a dar aulas em 1973, na Escola de Sociologia e Política e na PUC de São Paulo. Pude fazer isso aos 23 anos de idade não porque tivesse pressa (e muito menos por possuir talentos especiais), mas porque a universidade daqueles anos podia assimilar os jovens.

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Marco Aurélio Nogueira
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