Atos e venenos
Palavras influenciam, são recursos de hegemonia. Podem educar, iludir, inflamar, envenenar. Precisam ser decodificadas.
Palavras influenciam, são recursos de hegemonia. Podem educar, iludir, inflamar, envenenar. Precisam ser decodificadas.
Bolsonaro cria inimigos para lhes atribuir as dificuldades de gestão e, ao mesmo tempo, para agregar sua base mais fanatizada.
Bolsonaro não governa sem leme e sem rota. Suas baixarias verbais demonstram a arrogância de quem acredita nas próprias forças.
Um presidente que se comporta como chefe de facção e se move por reações intempestivas é uma tragédia anunciada.
O governo acreditou que a sociedade se satisfaria com ataques coreográficos à esquerda, ao globalismo e às políticas identitárias
Falta ao governo um bom ministério, capacidade de articulação política e liderança. A hostilidade como procedimento agita, mas não o faz governar. Leva-o a derrubar pontes e a criar desertos por onde passa.
O bolsonarismo é antes de tudo um sentimento, que se alimenta da desorganização dos cidadãos, do ressentimento, da sensação social de que não se pode confiar nos políticos. Por isso, vive nas redes, onde pode exibir uma força de que não dispõe.
Política é divergência, mas há nela um vórtice que aproxima as pessoas umas das outras. Descalabros governamentais fazem com que os pedaços que antes se combatiam entre si percebam que o Mal está em outro local