Força e fraqueza das instituições

O mal-estar institucional, porém, é real. Hoje, no Brasil, o sistema vive numa espécie de “caos estável”: funciona, mas está cheio de problemas e gera pouca adesão cívica. Os cidadãos “obedecem” às regras instituídas, mas fazem isso por “gratidão” ou receio da punição, não por algum critério racional de “respeito” ou “apreço”.

Entrevista | “O céu é o limite para a Lava Jato após prisão de Lula”

Preso ou solto, Lula continuará vivo. Não há como ser sumariamente descartado da política brasileira. Há muitos recursos que podem ser mobilizados em termos simbólicos, ideológicos, organizacionais e partidários para mantê-lo ativo, seja como fator de interferência na política, seja como mito, herói ou mártir.

A hora da política

A política não está conseguindo coordenar a si própria e articular o social. A crítica democrática foi substituída pelo ressentimento, pela indignação moral, pela intransigência, pela intolerância. A incapacidade reflexiva faz com que os partidos não consigam processar intelectual e politicamente o mundo em transformação e se deixem encantar pelos enigmas que não conseguem decifrar.

O STF e o Judiciário: um sistema em crise

Poderes divididos e desnorteados são poderes inoperantes, expostos e devassáveis. Quando um poder como o Judiciário entra em crise e se despedaça, torna-se uma ameaça para a sociedade. Em vez de protegê-la e convidá-la a respeitar a lei, converte-se em agente da corrosão ética que ameaça devorar a convivência entre os cidadãos