Novo, novidade, renovação
Há épocas mais abertas e outras mais fechadas ao novo. O mundo atual, com suas revoluções incessantes nos diversos planos da vida, fez da novidade algo mais forte do que o novo.
Há épocas mais abertas e outras mais fechadas ao novo. O mundo atual, com suas revoluções incessantes nos diversos planos da vida, fez da novidade algo mais forte do que o novo.
Livros em sequência destacam um pensador não dogmático, livre de armaduras ideológicas e atento à sinuosidade da história
Os ataques a Gramsci e ao “marxismo cultural” apoiam-se na superficialidade e na estigmatização. Não desejam fomentar qualquer debate. Levam ao empobrecimento da democracia e do diálogo público. Capturado pela insanidade por ele mesmo criada, o governo Bolsonaro entrega-se ao frenesi ideológico
Em seu novo livro, o sociólogo nos convida a pensar sobre os efeitos que a “estatalização” teve na vida brasileira. A centralidade do Estado modelou a modernização e prolongou a subalternização das classes populares. Não foi organizada tão-somente pelas elites dominantes, mas também pelos atores que buscaram se apresentar como expressão da esquerda. A tutela do povo combinou-se ou com o autoritarismo dos tempos da ditadura, ou com políticas de clientela e assistencialismo em tempos de democracia.
Não faz sentido supor que a esquerda seja toda ela dominada pelo marxismo ou pelas ideias de Gramsci. Falar que o marxismo domina a universidade cria um fantasma e atribui a ele problemas cuja origem está em outros fatores.
Enxovalhar Gramsci não ajuda a disseminar racionalidade democrática e tolerância, pois se baseia em falseamentos e simplificações que criam ilusões e atrapalham a convivência política entre os que pensam de forma diferente.
ENTREVISTA. O jornalista Leonardo Cazes elaborou uma reportagem para O Globo sobre Gramsci, os 80 anos de sua morte e a recepção de sua obra no Brasil. Como parte desta elaboração, me apresentou algumas questões, que respondi por escrito.
A reportagem foi publicada no dia 26/4/2017 no Caderno Prosa & Verso do jornal.
No dia 27 de abril de 1937, morreu Antonio Gramsci. O filósofo comunista era então um “homem livre”, já que sua pena de detenção havia terminado em 20 de abril, poucos dias antes de ser derrubado por uma hemorragia cerebral que paralisou a metade esquerda de seu corpo e não pôde ser estancada.
Oitenta anos depois, Gramsci está mais vivo do que nunca.