A hora da política

A política não está conseguindo coordenar a si própria e articular o social. A crítica democrática foi substituída pelo ressentimento, pela indignação moral, pela intransigência, pela intolerância. A incapacidade reflexiva faz com que os partidos não consigam processar intelectual e politicamente o mundo em transformação e se deixem encantar pelos enigmas que não conseguem decifrar.

O STF e o Judiciário: um sistema em crise

Poderes divididos e desnorteados são poderes inoperantes, expostos e devassáveis. Quando um poder como o Judiciário entra em crise e se despedaça, torna-se uma ameaça para a sociedade. Em vez de protegê-la e convidá-la a respeitar a lei, converte-se em agente da corrosão ética que ameaça devorar a convivência entre os cidadãos

As ruas de abril

Se alguma mobilização popular quiser ser vitoriosa no Brasil ela terá de ir além de Lula. Terá de se por com clareza o tema da corrupção e dos males que acarreta para a democracia, a questão da impunidade dos poderosos – de todos eles, da esquerda à direita –, a questão do valor da Constituição e das instituições dedicadas à sua defesa e interpretação, como é o caso do STF.

A democracia desafiada

O país conhece inédita elevação da temperatura política. O período pré-eleitoral turbina tudo, mas também há coisas mais profundas e perturbadoras por baixo dele. Deste subsolo tóxico sobem gases que envenenam o debate político e desafiam a democracia, arrastando as eleições para uma zona de risco.

O Leviatã em coma

Ao olhar para o Estado, os cidadãos ficam ressabiados e inseguros. O Leviatã simplesmente parece em coma. Da Presidência da República ao Legislativo, passando pelo Judiciário, sucede-se o mesmo quadro: cabeças batendo entre si, mediocridade generalizada, reações adaptativas e defensivas, uma recorrente demonstração de que ninguém sabe bem que direção tomar.

Turbulências tucanas

Dória não é o “culpado” por ter feito as coisas chegarem a esse ponto. Ele simplesmente se aproveitou das fendas que passaram a ser exibidas pelas fortalezas partidárias. Entrou com tudo no PSDB, expondo a fragilidade de sua estrutura e a baixa convicção programática da militância.

A impunidade que não se pode aceitar

Quem matou e quem mandou matar Marielle? A impunidade não pode protegê-los. A comunidade política brasileira, as redes sociais, a opinião pública, simplesmente não aceitarão que se finja que nada aconteceu ou que o acontecido é banal. Não é. Há milícias envolvidas, mas ainda não se sabe quem as integra, se há fardas ou somente capuzes. Sabe-se, porém, que a política e a criminalidade nunca andaram de braços tão dados como agora. No Rio de Janeiro, mas não somente lá.

Marco Aurélio Nogueira
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