A intervenção no Rio, a segurança, a política

Havia no Rio um governo semimorto, comido pela corrupção, pela falta de credibilidade e pela inoperância. Esse governo agora morreu de vez. Com ele, é de se esperar que se dissolva todo um sistema que abocanhou o Estado e o converteu em reserva de caça. Se o modelo a ser inventado pela intervenção federal conseguir cercar a criminalidade que se alimenta da corrupção política, um passo será dado.

À beira do precipício

A crise não se deve ao governo em sentido estrito, ao Poder Executivo. Michel Temer, seu ministério e suas práticas merecem toda a crítica que lhes tem sido feita. Mas não são a parte principal. A crise envolve tudo o que respira na política nacional: parlamentares, juízes, procuradores, partidos, sindicatos, intelectuais, ativistas.

De volta à rotina

O governo Temer é fraco, não entusiasma nem inspira confiança. As pessoas percebem isso e estão ao menos por ora imunizadas contra o discurso oficial. A corrupção que o atravessa aprofunda a fraqueza e deixa um flanco aberto para que o governo seja desprezado.

Jornalismo, política e interesses materiais

Quando órgãos de imprensa tomam posição, não estão em jogo somente os interesses econômicos das classes de que fazem parte seus proprietários. Entram em cena outros aspectos, importantes e eventualmente decisivos.

De volta ao muro

A decisão tucana de permanecer no governo Temer foi mais um tijolo na obra de desconstrução do PSDB. Algo que cobrará um preço, do próprio partido, que prolongou sua indefinição, e da política nacional, que pode ter perdido outro personagem que faria a diferença.

Crises que se cruzam

A crise que afetou o governo Temer a partir das delações da JBS não é um fato isolado, animado exclusivamente por fatores internos. Ela existe como coisa em si, mas suas raízes são profundas, grudam em terrenos escorregadios e de difícil acesso.

O destino de Temer e o desafio da democratização

A crise está servindo para que se decida não somente a sorte do governo Temer, mas algo muito mais sério: a sorte da redemocratização, que depois de 30 anos virou democratização mas não se estabilizou nem se adensou, e hoje se mostra necessitada de recomposição.