Entrevista | Intelectuais e comunistas no Brasil da redemocratização
Entrevista explora as características em que se deu minha inserção política e intelectual, que retrata muito da geração a que pertenço,
Entrevista explora as características em que se deu minha inserção política e intelectual, que retrata muito da geração a que pertenço,
Deputado federal por várias legislaturas, o ex-governador de São Paulo foi um democrata unitário e generoso
Nos anos de militância, me pus em contato com a história viva do País, que iria se mostrar por inteiro, com suas virtudes e deficiências. Conheci a velha guarda comunista, os militantes incógnitos, os sindicalistas combativos e os pelegos, os intelectuais antigos e os novos, os grandes “mitos” como Prestes, Armênio Guedes e Giocondo Dias. Falei para plateias que jamais imaginei estarem ao meu alcance. Corri o Brasil. Ganhei outro sentido para a vida e para o trabalho.
Do relacionamento que tive com Werneck Sodré guardo não só uma memória afetiva e mais prosaica (os discretos tragos de Vermouth que tomávamos em sua casa quando eu ia visitá-lo) como, e sobretudo, uma densa imagem política e intelectual.
A revista “Temas” teve duas fases. Na primeira, foi fortemente metodológica, buscando um espaço para fazer a crítica teórica e valorizar o marxismo “ortodoxo”. A segunda fase foi mais política, preocupada em fazer com que a revista expandisse seu programa de trabalho e confluísse para a luta democrática.
Minha experiência no “Opinião” foi bem adequada para um recém-formado que precisava se afirmar para si próprio. Aquele foi um período de “fúria metodológica”: julgava tudo (livros, autores, editores, leitores) por um metro altamente discutível, o da maior ou menor fidelidade ao método de Marx. Não havia livro que me satisfizesse.