A crise nossa de cada dia

A crise política atual é uma crise da política. Diz respeito a regras, sistemas e procedimentos, mas afeta hábitos, condutas e valores éticos com os quais se pratica, se pensa e se acolhe a política. Não se trata de um simples “defeito institucional”. Com tal magnitude, não pode ser vencida somente com reformas institucionais. Requer uma abrangente pedagogia democrática, que valorize a dimensão pública da vida e agite os humores sociais em sentido progressista, civilizador.

Sobre verdades e mentiras

Mentiras têm pernas curtas. Não é preciso gostar do Dr. House para achar que todos mentem. A mentira verdadeira de Palocci é coerente, bate com outros relatos e desvenda um mapa articulado. Já a verdade nem tão verdadeira de Lula sustenta-se exclusivamente em negativas.

Um depoimento para a história que um dia se contará

Palocci cruzou o Rubicão: tornou-se um acusador. É assim que está tentando assinar seu próprio pacto com Moro. Sendo ele quem é, sabe que precisará derramar muito sangue para obter algum tipo de benefício expressivo. Terá de entregar mais coisas, valorizar o próprio passe.

A tragédia da comunicação política

Os políticos têm votos, mas nem todos se valem deles para honrar o mandato recebido. As maçãs podres contaminam todo o cesto, fazendo com que a taxa de lealdade aos políticos fique dramaticamente declinante. Muitos são abandonados pelos eleitores no momento seguinte à consagração nas urnas.

A reforma que não cabe em si

Não há reforma política que possa reduzir o nível de desentendimento em que se vive hoje, tanto no âmbito do antagonismo político imediato quanto no âmbito social mais amplo. Está difícil imaginar como é que o País encontrará eixo.

O PCB e o jornal Voz da Unidade

Nos anos de militância, me pus em contato com a história viva do País, que iria se mostrar por inteiro, com suas virtudes e deficiências. Conheci a velha guarda comunista, os militantes incógnitos, os sindicalistas combativos e os pelegos, os intelectuais antigos e os novos, os grandes “mitos” como Prestes, Armênio Guedes e Giocondo Dias. Falei para plateias que jamais imaginei estarem ao meu alcance. Corri o Brasil. Ganhei outro sentido para a vida e para o trabalho.

À beira do precipício

A crise não se deve ao governo em sentido estrito, ao Poder Executivo. Michel Temer, seu ministério e suas práticas merecem toda a crítica que lhes tem sido feita. Mas não são a parte principal. A crise envolve tudo o que respira na política nacional: parlamentares, juízes, procuradores, partidos, sindicatos, intelectuais, ativistas.

Marco Aurélio Nogueira
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