A segunda chance de Temer
Temer não ficará sangrando em céu aberto, ainda que parte de suas vísceras estejam expostas. Pesará nada em sua sucessão, com poder zero para influenciá-la. Há uma interrogação flutuando sobre ele: como chegará até o fim?
Temer não ficará sangrando em céu aberto, ainda que parte de suas vísceras estejam expostas. Pesará nada em sua sucessão, com poder zero para influenciá-la. Há uma interrogação flutuando sobre ele: como chegará até o fim?
O governo Temer é fraco, não entusiasma nem inspira confiança. As pessoas percebem isso e estão ao menos por ora imunizadas contra o discurso oficial. A corrupção que o atravessa aprofunda a fraqueza e deixa um flanco aberto para que o governo seja desprezado.
Do relacionamento que tive com Werneck Sodré guardo não só uma memória afetiva e mais prosaica (os discretos tragos de Vermouth que tomávamos em sua casa quando eu ia visitá-lo) como, e sobretudo, uma densa imagem política e intelectual.
Nem sempre o falar de forma compulsiva e com a intenção de confundir interlocutores e plateias beneficia quem o faz. Brincar com as palavras pode muito bem levar a que se brinque com fogo. Não é o que se espera de um político com “p” maiúsculo.
Eleições diretas não deveriam ser desperdiçadas. Se nada acontecer de substantivo no próximo ano e meio, elas de pouco servirão. Não trarão nenhuma visão de futuro, nenhum entusiasmo cívico. Serão arranca-rabos entre candidatos conhecidos, com estratégias de marketing e campanhas negativas que já vimos para onde podem nos levar.
Meu ingresso na UNESP, em agosto de 1976, deu-se num momento de particular efervescência pessoal. Estava dividido entre a docência e a atividade política e foi na combinação destas duas áreas que consegui encontrar equilíbrio.
A revista “Temas” teve duas fases. Na primeira, foi fortemente metodológica, buscando um espaço para fazer a crítica teórica e valorizar o marxismo “ortodoxo”. A segunda fase foi mais política, preocupada em fazer com que a revista expandisse seu programa de trabalho e confluísse para a luta democrática.
A condenação de Lula não é o fim de Lula, nem significa sua inelegibilidade. Seu destino pode passar pelas urnas de 2018, mas está mesmo nas mãos dos petistas que ainda cogitam ter um partido de massas efetivamente democrático e reformador.